quinta-feira, 9 de abril de 2009

Breve Histórico de Bananeiras/PB.

Município de Bananeiras/ PB






Conhecer Bananeiras, no Brejo Paraibano, a 141 Km de João Pessoa, é misturar lendas, fatos e tradições. A própria história do município dá exemplo disso. Coriolano de Medeiros diz que a colonização de Bananeiras iniciou na segunda ou terceira década do Século XVII. Entre seus pioneiros desbravadores, o historiador cita Zacarias de Melo e Domingos Vieira, procedentes da Vila de Monte-mor (a Mamanguape e atual). Eles obtiveram sesmarias na região em 1716, escolhendo glebas nas proximidades de uma lagoa, que corria no fundo de um vale. Ali, existiam ocorrências de pacoveiras, uma bananeira rústica, que produzia frutos inadequados para o consumo humano. Daí surgiu o nome Bananeiras, que passou a denominar o município. Esta é a versão histórica, até hoje aceita pelos estudiosos.
Novais Junior acrescenta um lance romântico à fundação de Bananeiras. Segundo ele, o caçador Gregório da Costa Soares saiu com alguns amigos de um acampamento em Sucurú da Serra do Cuité e conseguiu chegar a Bananeiras, na região do Brejo, a mais de 100 Km de distância. Corria o ano de 1762. Gregório perdeu-se dos companheiros, nos contrafortes da Serra da Cupaóba. Acabou aprisionado por índios da região.
Eram índios antropófagos... Nos rituais de guerra ou religiosos, costumavam devorar os inimigos aprisionados. E este seria o fim de Gregório, se mãos hábeis não desatassem os cipós que o amarravam a uma estaca. Ele ia ser sacrificado na manhã seguinte. O misterioso salvador correu madrugada adentro, com Gregório às costas. Ao amanhecer, o caçador notou que seu anjo benfeitor era uma formosa índia, que o levara a salvo até a aldeia de Santo Antônio da Boa Vista (seria o território que hoje forma Borborema ou Pirpirituba).
Satisfeita por haver salvo o homem que seria seu marido, a índia beijou-lhe as mãos e chorou de alegria. Gregório, que prometera a Nossa Senhora do Livramento erguer uma capela em sua homenagem, casou com a bela índia, que recebeu o nome de Maria do Livramento. Em 7 de abril de 1763, o tabelião Vicente Ferreira Serrano lavrou escritura de uma parte de terras doadas por Gregório, para a construção da Capela de Nossa Senhora do Livramento. Depois de seguidas reformas, a capelinha de taipa transformou-se na atual Matriz de Bananeiras, um templo de formas arquitetônicas interessantes, que desperta a curiosidade dos turistas.
Celso Mariz sustenta que a partir de 1624 a região de Bananeiras já estava sendo ocupada por donatários, que adquiriam terras para a criação de gado e a implantação de engenhos movidos à água. Documentos comprovam que a região da Serra da Cupaóba, por essa época, já possuía glebas ocupadas por Ambrósio Brandão, André Dias de Figueiredo, Duarte Gomes da Silveira e outros pioneiros.


Ramal de Bananeiras - km 293 (1960) PB-3192
Inauguração: 30.07.1925 Uso atual: hotel sem trilhos Data de construção do prédio atual: 1922
HISTORICO DA LINHA: O ramal de Bananeiras teve seu primeiro trecho entregue em 1910 e chegou em Bananeiras somente em 1925. Foram 15 anos para entregar 35 quilômetros, Deveria avançar mais outros 35-40 km para atingir Picuhy, o que jamais aconteceu. Em 1966, o trem deixou de circular pelo ramal. Em 18/04/1970, o ramal foi oficialmente suprimido. A ESTAÇÃO: A estação de Bananeiras foi inaugurada em 1925 pela Great Western, como ponta de linha do ramal de Bananeiras. A estrada na época se chamava E. F. Independência ao Picuhy, e deveria ligar a estação de Indepenência (hoje Guarabira), saindo pela estação de Itamataí, na linha Norte da Great Western, à loclidade de Picuhy. Em 1922, o ramal chegava apenas à estação de Manitu e ainda não havia atingido Bananeiras, mas a estação já estava pronta (ver foto abaixo), embora os trilhos ainda não existissem. Eles chegaram em 1925 e a estação foi então aberta. Dali, entretanto, o ramal não passou, nunca chegou ao Picuhy. "Bananeiras foi o maior produtor de café da Paraíba e o segundo do Nordeste. Em 1852, o café de Bananeiras rivalizava em qualidade e aceitação com o de São Paulo. Aqui, produzia-se um milhão de sacas ao ano. O transporte era precário. Fazer o produto chegar aos principais centros consumidores se constituía em ato de heroismo. O trem só chegaria 72 anos depois. Os casarões que ainda existem no centro das áreas urbana e rural são resultado da opulência vivida pela aristocracia rural. O dinheiro do café permitia a construção de palacetes, com ladrilhos importados. O fausto do café acabou em 1923, com a praga Cerococus paraibensis que contaminou as plantações. A cana-de-açúcar, o fumo, o arroz e, posteriormente, o sisal, passaram a figurar como produtos estratégicos da economia regional. O trem chegou a Bananeiras em 22 de setembro de 1922, após a construção do túnel da Serra da Viração, no governo de Solon de Lucena, um ilustre filho da terra. Este homem dizia que 'o trem chegaria a Bananeiras nem que fosse por baixo da terra'. Profecia? Quase. A tecnologia anglo-brasileira teve de perfurar um túnel de 202 m, na pedra maciça, para que o trem atingisse Bananeiras, após passar pela vila de Camucá, a atual Borborema. A linha férrea foi desativada em 1967. A antiga estação de trens foi transformada no Hotel Pousada do Brejo. Não houve modificação arquitetônica externa" (do site www.bananeiras.pb.gov.br). Ou seja, o trem chegou exatamente quando o café foi dizimado. Em 18/04/1970, o ramal foi suprimido pela RFFSA. (Fontes: Guias Levi, 1932-1984; Guia Geral das Estradas de Ferro do Brasil, 1960; Site www.bananeiras.pb.gov.br; Revista Ilustração Brasileira, 1922; Jonatas Rodrigues)

Um comentário:

  1. Olá adorei as informações, você por acaso teria o contato de algum guia local, estou pensando em fazer umas trilhas e acampar pela cidade. meu email é acluanna@gmail.com
    muito obrigada

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